Publicado em: 08/05/25 às 16h
Lucas Silveira
Vivemos uma era marcada por mudanças cada vez mais rápidas, incertezas constantes e mercados altamente voláteis.
Nesse cenário, surge uma pergunta essencial: como uma empresa pode manter sua eficiência no presente sem comprometer sua capacidade de inovar e se reinventar no futuro?A resposta está no desenvolvimento da ambidestria organizacional, uma competência estratégica que se torna vital para a sobrevivência e o crescimento das organizações — especialmente em tempos em que a transformação é a única certeza.
O conceito de mundo BANI — frágil, ansioso, não-linear e incompreensível — explica o contexto em que as empresas operam atualmente. Dados apontam que mais de 95% das micro e pequenas empresas encerram suas atividades nos primeiros anos de vida, o que reforça a necessidade urgente de abordagens que combinem estabilidade e inovação.Negócios que focam apenas em exploitation correm o risco de se tornarem obsoletos, presos a práticas que já não correspondem às novas demandas do mercado. Por outro lado, aqueles que investem apenas em exploration podem falhar por falta de estrutura e retorno imediato.Portanto, a habilidade de equilibrar essas duas forças se tornou um diferencial competitivo essencial.
O conceito de mundo BANI — frágil, ansioso, não-linear e incompreensível — explica o contexto em que as empresas operam atualmente. Dados apontam que mais de 95% das micro e pequenas empresas encerram suas atividades nos primeiros anos de vida, o que reforça a necessidade urgente de abordagens que combinem estabilidade e inovação.Negócios que focam apenas em exploitation correm o risco de se tornarem obsoletos, presos a práticas que já não correspondem às novas demandas do mercado. Por outro lado, aqueles que investem apenas em exploration podem falhar por falta de estrutura e retorno imediato.Portanto, a habilidade de equilibrar essas duas forças se tornou um diferencial competitivo essencial.
Existem três formas principais de construir a ambidestria dentro de uma organização:
Ambidestria Sequencial: A empresa alterna entre momentos de exploração e momentos de exploração, adaptando sua estrutura conforme o ciclo de vida do mercado ou do produto.
Ambidestria Estrutural: São criadas unidades separadas — uma dedicada à eficiência e outra focada em inovação — com coordenação estratégica para que ambas atuem de forma complementar.
Ambidestria Contextual: A capacidade é desenvolvida no nível individual ou de equipes, que recebem autonomia para alternar, conforme a necessidade, entre otimizar e inovar no seu dia a dia.
Para pequenas empresas, que muitas vezes têm recursos limitados, a ambidestria contextual se apresenta como o modelo mais viável e estratégico.
Crie um ambiente que celebre entregas de qualidade, mas também reconheça o valor da experimentação.
Líderes devem ser capazes de gerenciar demandas operacionais e, ao mesmo tempo, estimular a criatividade e o pensamento de longo prazo.
Processos devem permitir adaptações rápidas, sem comprometer o funcionamento do que já foi consolidado.
Estimule a equipe a buscar novos conhecimentos e desenvolver habilidades que atendam tanto ao presente quanto ao futuro.
Em vez de evitá-lo, busque entender quais riscos são necessários para o crescimento e quais podem ser mitigados.
Desenvolver a ambidestria não é simples, mas alguns princípios ajudam a nortear essa construção:
A essência da ambidestria está em saber distribuir recursos, atenção e energia de maneira estratégica entre a exploração de novas oportunidades e a exploração do que já se sabe fazer bem. Focar excessivamente na exploração pode gerar dispersão e desperdício de recursos, enquanto dar atenção exclusiva à exploração pode levar a uma perda de competitividade. A solução está em reconhecer que a dinâmica entre esses polos deve ser ajustada de forma constante, conforme o ambiente de negócios evolui.
Em um ambiente cada vez mais imprevisível, empresas que desenvolvem a ambidestria organizacional não apenas sobrevivem — elas lideram. Saber otimizar o que já se faz bem, enquanto se exploram novos horizontes, é o caminho para garantir não apenas o sucesso de hoje, mas a relevância de amanhã.
A ambidestria organizacional não é uma fórmula mágica. Ela exige consciência, estratégia, liderança adaptativa e uma cultura que valorize tanto a disciplina quanto a criatividade. Mas para quem entende seu valor e aplica seus princípios, ela se torna um dos maiores trunfos em um mundo em constante transformação.